terça-feira, 13 de novembro de 2007

DOR DE CABEÇA

Icaraí é o local de maior incidência de poluição sonora no Ceará

Segundo o Ciops, o local de maior reclamação de poluição sonora por parte da população é a praia do Icaraí, no litoral Oeste do Ceará. Em Fortaleza, os pontos de maior incidência de poluição sonora são: a Praia de Iracema e a Avenida Washington Soares.


Você já imaginou chegar em casa depois de um longo dia de trabalho, cansado e querendo, o mais rápido possível, cair na cama e ter uma longa e tranqüila noite de sono? Pois é! Esse é o desejo de muitos trabalhadores brasileiros. Mas, o problema é que muitos deles moram próximos a lugares considerados de grande badalação. E é exatamente aí que surge a dor de cabeça. São nesses locais (bares, restaurantes, casas de show e até mesmo postos de gasolina) onde se concentra grande parte de veículos desrespeitando os limites permitidos pela resolução 204 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Mas apesar das constantes reclamações da população e da atuação de algumas blitze contra a poluição sonora, o problema continua existindo, principalmente, nos finais de semana e feriados. Para punir quem provoca esse tipo de poluição, existe um aparelho que verifica a quantidade de decibéis do som utilizado, o decibelímetro.

A equipe de reportagem entrou em contato com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) e segundo o Capitão Silva, o local de maior incidência de poluição sonora no Ceará é a praia do Icaraí, localizada a 12 quilômetros de Fortaleza. “Aqui, nós sempre recebemos reclamações de toda parte de Fortaleza, mas nenhuma delas ultrapassa a quantidade de ligações que nós recebemos de pessoas que moram no Icaraí”, afirma o Capitão. Ainda de acordo com ele, os pontos em Fortaleza com mais reclamações são: a Praia de Iracema e a Avenida Washington Soares.

“Peregrinação” pela praia do Icaraí

Diante da informação, a reportagem foi, na noite do dia 03 de novembro de 2007, sábado, à praia do Icaraí para checar os fatos. Conversando com alguns moradores do local, percebemos que a insatisfação com os carros de som é, praticamente, unânime. O analista judiciário adjunto, José Alfredo Pereira, 55, mora há 11 anos no Icaraí e já não sabe mais o que fazer para tentar evitar a baderna feita pelos infratores. “A gente sempre escuta o barulho e tem muita gente fazendo pega também. A polícia chega, mas vai embora logo. Então, os caras recomeçam a baderna. A gente liga para o disque-silêncio, mas é mesmo que nada. Na semana, aqui é um paraíso. Mas quando chega o final de semana, a baderna começa e a gente não tem hora para dormir", desabafa José Alfredo.

Mas o problema não atinge apenas as pessoas que moram em casas e apartamentos no Icaraí. Aqueles que alugam e passam finais de semana e feriados também perdem o sono e o sossego com a poluição sonora. É o que relata a síndica do Condomínio Desiree, Sandra Germana Regina, 37. “Algumas pessoas, inclusive, já se afastaram aqui do prédio por causa da barulheira. O policiamento de Fortaleza vem sempre, mas nunca resolve. Eles chegam e mandam parar. Depois, quando eles vão embora, recomeça tudo de novo”.

Seguindo a “peregrinação” pela praia, a equipe encontrou um grupo de jovens com o carro de som na Avenida Principal do Icaraí. Quando conversamos com o dono do carro e responsável pelo barulho, percebemos que a preocupação com as pessoas que moram próximas ao local praticamente inexiste. “Quando eu venho com minha namorada e meus primos, sempre a gente vem pra cá (frente de um supermercado, na Avenida Principal) e coloca o som do meu carro. Algumas pessoas que moram aqui por perto reclamam muito e já chamaram a polícia. Mas, como sempre acontece, eles vêm e mandam baixar. Aí, quando eles saem, a gente coloca o som novamente. Na verdade, todo mundo aqui faz isso", confessa o assessor de gabinete da Assembléia Legislativa, Cyrano Pontes Canuto, 21.

A reportagem foi informada ainda que um dos pontos mais críticos é na avenida paralela à Avenida Principal. Com o nome popular de “Avenida da Folia”, o local traduz o porquê do Icaraí ser o ponto de maior reclamação quando o assunto é poluição sonora provocada por carros com paredão de som. O que se vê no local por meio de imagens, todos já têm conhecimento através das palavras.

Uma das alternativas para evitar a poluição sonora é acionar o Disque-Silêncio.

Fotos da esquerda para direita:
01. Jovens colocam carro de som na Avenida Principal, no Icaraí
02. Restaurante com show de música ao vivo e prédios ao lado e atrás do local
03. “Avenida da Folia”: carros com paredão de som e “pega”Condomínio Desiree: síndica proíbe carros de som no prédio
04. Condomínio Desiree: síndica proíbe carros de som no prédio

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PAUTA / OFICINA EM JORNALISMO

Retranca: Carros de Som / Poluição Sonora
Repórteres: Maria Isabel Bessa, Martha dos Martins, Kelvia Alves e Leal Mota Filho
Localização: pontos específicos onde há uma grande concentração de carros de som, desrespeitando a lei e a população com a poluição sonora. Entre eles: casas de show, bares, restaurantes e postos de gasolina.
Contatos: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), Companhia de Polícia de Meio Ambiente (CPMA), Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) e Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Objetivos: Mostrar os casos de descumprimento da lei municipal de Fortaleza que proíbe a perturbação do bem-estar e sossego público provocada por ruídos, algazarras e barulhos em geral, que ultrapassem os níveis máximos de intensidade permitidos. Tais casos, considerados crimes ambientais, podem resultar em danos à saúde do homem e provocar a mortandade de animais. Tentaremos flagrar motoristas que, mesmo sabendo das leis contra a agressão ao meio ambiente, continuam a desrespeitá-las com seus sons "tunados" em locais e horários proibidos, mostrando que, apesar das constantes reclamações da sociedade e da atuação das blitze, os carros de som que não respeitam os limites continuam tirando o sono de muita gente.
Pauta: Uma dor de cabeça de longas datas! É desta forma que é visto o problema da poluição sonora. E mesmo com as constantes reclamações da população e da atuação de algumas blitze contra a poluição sonora, o problema continua existindo, principalmente, nos finais de semana e feriados.
O aparelho utilizado para verificar a intensidade do som e medir os níveis de ruído chama-se decibelímetro. Mas, o uso dele na questão da poluição sonora não é de caráter obrigatório. Mesmo assim, no Brasil, alguns aparelhos digitais de decibelímetro captam uma capacidade entre 30 e 130 decibéis.
De acordo com a Lei, no período diurno, de 6h às 22h, o volume máximo de som permitido é de 70 decibéis. Já de noite, 22h às 6h, o volume máximo permitido é 60 decibéis. A punição para o descumprimento da Lei pode ser multa, que pode ir de R$ 3.440 até R$ 5.160, apreensão do equipamento de som, suspensão do evento ou cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento. Mas o Disque Silêncio não fiscaliza somente os locais públicos. Casos como a televisão do vizinho alta ou um carro com música muito alta na rua também são fiscalizados pelo serviço.
O Disque Silêncio foi criado com o objetivo de fazer cumprir essa lei. O telefone para denúncias funciona 24 horas e são recebidas, em média, 300 ligações por semana.
A matéria deve mostrar como o Disque Silêncio age. Será que ele funciona mesmo? Se não, por quê? Existe investimento do Governo do Estado ou da Prefeitura?
Devemos mostrar também casos de pessoas que ligaram para o Disque Silêncio. Elas foram bem atendidas? A reclamação surtiu efeito? Será apurado ainda qual o tipo de reclamação mais freqüente.
Para isso, devem ser entrevistadas pessoas que já fizeram reclamações para o Disque Silêncio e os responsáveis pelo serviço.